A viúva de Raimundo, Maria das Dores,
observa trabalho da perícia, na manhã
desse domingo (3). Fotos: Jaldene Nunes |
Os criminosos ––possivelmente, uma dupla ––entraram para roubar roupas apreendidas, que ficam em um depósito no local.
Primeiro, houve tentativa de arrombamento da porta da guarita ––cabina em que ficam os vigias. O vigilante a escorou com o próprio corpo e foi feito um disparo de arma de fogo. Depois, a janela da guarita foi arrombada e feito disparo contra o vigilante.
Vizinhos disseram ter ouvido pelo menos um tiro, mas não souberam precisar a hora. No entanto, na ocasião, ninguém acionou a Polícia Militar, o que poderia facilitar o trabalho da perícia.
"Sim, com certeza. Isso é fundamental", confirmou o perito criminal Laércio Barros, do 6º NRPTC (Núcleo Regional de Polícia Técnico-Científica) de Ceres, depois de realizado o trabalho pericial. Segundo ele, quanto menor o tempo entre a ocorrência do evento e a chegada da perícia, melhor. "O tempo é fundamental. Porque, quanto mais cedo você chega ao local, mas vestígios a gente vai encontrar", indicou.
Laércio Barros disse que foram verificadas no mínimo duas perfurações no corpo da vítima, na região torácica direita. Raimundo morreu no local.
Quando a perícia chegou, por volta das 10h20 desse domingo, o corpo de Raimundo já estava em processo de rigidez cadavérica, o que indica a ocorrência do crime mais de 6 horas antes.
Foi encontrado no local um projétil deflagrado, compatível com revólver calibre 38, mas há indicativo de que haja outro alojado no corpo da vítima.
Somente o laudo cadavérico, que ficará pronto dentro de 30 dias, indicará a existência ou não desse e de mais possíveis projéteis no corpo da vítima.
A descoberta do crime só foi feita às 6h da manhã desse domingo, quando da chegada do vigilante que substituiria seu Raimundo. Ao abrir a guarita, viu o corpo do colega e ligou para a Polícia Militar, que resguardou a cena do crime até a chegada do IML (Instituto Médico Legal).
Além do crime de homicídio, ocorreu o arrombamento do depósito, onde estava guardada grande quantidade de mercadorias apreendidas. Seriam roupas, sob a guarda da prefeitura, que foram subtraídas do local.
Pela dinâmica do evento, baseada nas informações preliminares levantadas na cena, a perícia acredita no envolvimento de mais de um participante no crime, já que grande quantidade das mercadorias apreendias foi levada do local.
A perícia também constatou a existência de marcas de um carro, que indicam a entrada de um veículo de grande porte na Garagem Municipal.
"Aqui temos algumas informações preliminares, mas o resultado da perícia só depois que analisarmos todas as provas levantadas", afirmou o perito criminal Laércio Barros, indicando que "novas informações poderão surgir até a conclusão do laudo". "Porque depende da análise de todas as evidências que nós encontramos aqui", explicou.
TRABALHO E FAMÍLIA
Raimundo Cândido de Jesus já era aposentado. Havia trabalhado um período, como vigilante, da mesma Garagem Municipal.
Depois, passou para o serviço de pontes da prefeitura, onde ficou por extensos 20 anos. Recentemente, mesmo aposentado, dadas as dificuldades que enfrentava, conseguiu voltar ao antigo trabalho. Estava no novo serviço havia apenas 4 meses.
Mineiro, há mais de 30 anos residindo em Jaraguá, Raimundo deixou 5 filhos, 9 netos e 3 bisnetos, além da viúva, a também aposentada Maria das Dores Cândido, 67 anos, que era só desespero em frente á Garagem Municipal, enquanto a perícia fazia o seu trabalho. Ela chegou a ser conduzida, pelo Corpo de Bombeiros, ao Hospital Municipal Dr. Sandino de Amorim, para ser medicada.
O corpo de seu Raimundo foi levado para o IML de Goianésia, devendo ser liberado ainda nesta tarde para seus familiares. O velório será na residência da família, na rua 7, Vila Solidariedade, perto do Jardim das Vivendas.
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